O que era dado como certo nos bastidores, foi anunciado, oficialmente nesta semana com a decisão do governador Rafael Fonteles (PT) de descartar o vice-governador Themístocles Filho (MDB) de sua chapa de reeleição para 2026 em uma reunião que, segundo se noticia, foi feita a portas fechadas. No MDB, alguns deputados bem acomodados no governo esboçam uma solidariedade ao vice-governador e, em público, falam em lutar pela sua manutenção na chapa governista. Mas, na prática, estao mesmo preocupados com as suas reeleições ano que vem, seja qual for a circunstância.
No entanto, há os que realmente estão chateados, e por razões óbvias. Um deles é o filho do vice-governador, o deputado estadual Felipe Sampaio (MDB). Na última terça-feira (17), o parlamentar disse que o pai foi de fundamental importância para a vitória de Rafael Fonteles em 2022 e questionou por que Themístocles serviu lá atrás e agora não serve mais.
“Se antes deu certo, por que que agora vai mexer no time que está ganhando? Se antes serviu, por que agora não está servindo? A gente trata as coisas bem serenamente e dizendo que a gente pretende continuar. O vice-governador, tenho certeza, foi de fundamental importância para a vitória do nosso governador Rafael Fonteles em 2022 e tenho e eu tenho certeza que continuará sendo um homem forte para, juntos, termos uma eleição bem tranquila“, afirmou o parlamentar.
Questionado por um jornalista se existe a possibilidade de Themistocles romper com o governador e aderir à oposição liderada pelo senador Ciro Nogueira, Felipe disse que essa pergunta deverá fazer ser feita ao próprio vice-governador. Ou seja, não negou a possibilidade e deixou no ar o futuro do grupo político do seu pai em 2026. Ao ser abordado sobre o assunto pela imprensa durante o Festival de Inverno na cidade de Pedro II, o vice-governador afirmou em tom em de ironia, bem ao seu estilo: “Vamos falar sobre isso lá na frente” , afirmou, rindo no final.
Como diz o dito popular: esse filme é antigo. Em 2018, o PMDB dava como certo o nome de Themístocles Filho para ser o candidato a vice-governador na chapa de reeleição do então governador Wellington Dias. No entanto, às vésperas das convenções Wellington tirou a carta da manda para afastar Themístocles dos seu caminho, usando como argumento de que só teria como o PMDB fazer coligação proporcional com outros partidos da base governista, caso abrisse mão da vaga de vice-governador, o que facilitaria a reeleição dos deputados do partido. Estes, por sua vez, nem pensaram duas vezes e preferiram salvar a própria pele e esqueceram Themístocles, que para não romper, teve como compensação a colocação do seu filho Marcos Aurélio Sampaio no lugar de Marcelo Castro que naquele ano não disputaria a câmara dos deputados e, sim, o Senado da república. Feito isso, Themístocles “engoliu o choro”, como se diz popularmente e caiu nos braços do PT e aliados novamente, descartando qualquer tipo de rompimento e aceitou “caladinho da Silva”, o nome de Regina Sousa, nome sm expressão politica e que nunca recebeu um voto sequer na sua vida, sempre na rabeira dos poderosos do PT, mas, que inspirava e ainda hoje inspira confiança na alta cúpula do partido.
Para 2026, o filme parece se repetir, pois o núcleo duro do PT no Piauí, não confia em hipótese alguma deixar o governo nas mãos do hoje MDB, principalmente de Themístocles Filho, uma vez que o caminho natural de todo governador ao final do seu mandato, é ser candidato ao Senado da república, e, para isso, terá que renunciar seis meses antes do pleito, deixando o cargo para o vice governador. Rafael, assim como Wellington, tem os seus preferidos, que são das suas cotas pessoais, dentro do próprio partido. 2026 vem aí e quem viver verá o final de todo este imbróglio político na sucessão estadual. Vamos aguardar!