A votação dada ao prefeito Marcelo Costa no último dia 06 de outubro que o consagrou como o prefeito mais bem votado da história política de Valença, ao mesmo tempo em que aplicou a maior diferença de votos sobre o segundo colocado de todos os tempos, tem alguns fatores que precisam ser analisados em seus mínimos detalhes.
O primeiro deles foi abrir o olho a tempo com alguns aliados que não o queriam nem de longe dialogar com a oposição, nem muito menos tentar atrair adversários para compor em seu governo. Logo com cinco meses, o prefeito “abriu o olho” a tempo de se afastar de alguns aliados de primeira hora que queriam ter mais poderes que o prefeito e que, estavam conseguindo fazer isso explicitamente.
O segundo deles, foi o fato de não querer governar só com os que foram eleitos consigo em 2020, visto que obteve pouco mais de 40% dos votos, elegendo apenas quatro vereadores em sua base. Ao se livrar de aliados impopulares que afastavam qualquer possibilidade de atração de novos correligionários, Marcelo buscou diálogo com parte da oposição que estava sem norte após a derrota em 2020 e conseguiu o apoio de boa parte da câmara municipal, conseguindo uma folgada maioria no parlamento, o que lhe possibilitou governar sem maiores problemas.
Marcelo também teve uma postura inédita em se tratando de política de interior, pois não impediu que nenhum representante político, nem mesmo os de oposição, trouxessem obras e benefícios para o município. O que num passado recente não se ousava fazer nem de brincadeira, por possibilitar dar ascensão direta ao adversário, foi vista por Marcelo como uma boa atitude, que enxergava o município acima dos interesses políticos, numa postura de estadista, bem rara de se ver em cidades provincianas como Valença.
Politicamente, Marcelo soube tirar proveito de uma oposição desunida, em que cada um falava línguas diferentes, culminando na divisão e na “guerra” de egos que se desencadeou entre os candidatos oposicionistas. Bem avaliado e com uma aliança política ampla que possibilitou tirar o pé do freio na sua estrutura na reta final, Marcelo nadou em águas tranquilas nesta eleição e dispõe um exército grandioso ao seu redor. O desafio agora é manter todo o grupo unido em seu segundo mandato, visto que o barco está lotado, como se diz popularmente, o que exige sabedoria e posição para atingir tamanha façanha. Mas, diz a sabedoria politica que o poder é encantador, tudo é mais fácil e cômodo quando se está na cadeira do poder, diferentemente de quando se está na trincheira da oposição, quando se exige “sangue no olho” para enfrentar certas batalhas. O tempo é quem vai dizer, pois o povo já deu o seu veredito nas urnas.