Foi exibido no último domingo (01) no auditório da Secretaria Municipal de Educação, o documentário Marias, que tem a direção da produtora carioca Ludmila Curi e está sendo lançado em várias cidades brasileiras, entre as quais algumas cidades piauienses, como Luzilândia, Valença, Oeiras e Teresina e conta a história de Maria Prestes, uma campesina nordestina, clandestina e que. ao longo do tempo, teve vários nomes e grande importância para o comunismo no Brasil.
O filme também retrata a história de algumas mulheres que ganharam projeção nacional como a histórica cangaceira Maria Bonita, esposa famoso cangaceiro nordestino Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, passando pela ex-presidente Dilma Roussef, que foi eleita duas vezes presidente ao cargo máximo da república e foi deposta em 2016 no início do seu segundo mandato através de um processo de impeachment. Outra figura que ganha destaque na produção é o da ex-vereadora da cidade do Rio de Janeiro Marielle Franco, assassinada em 2018 em circunstâncias ainda não explicadas pela justiça, e que lutava contra as milícias cariocas, virando símbolo de luta dos direitos feministas e população LGBTQIA+ no Brasil.
Estava presente no evento Mariana Prestes, filha do militar e político comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes, uma das personalidades políticas mais influentes no país durante o século XX e que ganhou fama nacional ao liderar a Coluna Prestes na década de 1920, movimento político-militar brasileiro que correu entre 1924 e 1927 e tinha como objetivo denunciar os desmandos do governo do então presidente da república Artur Bernardes (1922-1926), sendo que em o movimento teve sua passagem por Valença do Piauí por duas vezes, em dezembro de 1925 e também em janeiro de 1926. Nessas duas passagens da Coluna Prestes, ocorreram dois conflitos, o primeiro no bairro lavanderia, tendo ocorrido cinco mortes e o segundo nas imediações do cemitério, tendo ocorrido duas mortes. Luiz Carlos Prestes permaneceu em Valença por três dias na segunda passagem do movimento, sendo que muitos valencianos que temiam o movimento político-militar se refugiaram na no lugar chamado Deserto, zona rural nas proximidades da estrada que liga Valença a vizinha cidade de Lagoa do Sítio, onde foi edificado um nicho com a imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, como forma de agradecimento pela proteção recebida.
O professor e historiador Antonio José Mambenga fala sobre o filme e sua importância: O filme Marias tem um contexto muito bem centrado na história de Maria Prestes e de tantas outras Marias. A produtora foi feliz na escolha das Marias, que vai de Maria Bonita aqui no Nordeste a outras Marias e também as Marias lá fora do país. “É um texto atualizado, que requer preparo para entender as mensagens e inovações. A produtora Ludmila Curi merece os aplausos pela grande produção e ganhou o povo valenciano que compareceu para ver o filme, porque é um filme que se precisa ver novamente pelo conteúdo que aborda. E Valença encrustada neste cenário, onde Maria Preste esteve por duas vezes aqui na cidade e em momento algum se tornou esnobe pelo papel que exerceu. Uma pessoa de um pensamento horizontalizado e de uma visão bem elástica no sentido do bem comum. É uma boa produção e eu recomendo as pessoas que não viram que procurem ver. Quantas Marias que são encontradas aqui em nossa cidade?”, finalizou.