Foi realizada na última sexta-feira (11) a tradicional procissão de Bom Jesus dos Passos, que marca o início das atividades religiosas da semana santa em Valença do Piauí. Como de costume, o evento religioso teve início com a celebração eucarística na igreja de São Benedito, que foi reaberta ao público, mesmo sem o término da reforma que começou ainda em 2024 e que estava embargada judicialmente após a retirada da estrutura histórica interna que é tombada pelo patrimônio municipal, mas, que no final de março passado, teve seu desfecho com a assinatura de um termo de ajuste de conduta entre a paróquia de Nossa Senhora do Ó e Conceição e o ministério público para a restauração da estrutura anterior. Vale lembrar que a imagem de Bom Jesus dos Passos, como de costume, é levada da igreja matriz para a igreja de São Benedito na quinta-feira anterior a sexta-feira de passos, no final da noite em uma pequena procissão formada apenas por homens, após momento de oração e logo depois que a imagem é guardada, a igreja de São Benedito é fechada, só reabrindo na sexta feira de passos ao meio dia para a oração do ofício das “trevas“.

A procissão de passos em Valença tem como um dos pontos mais marcantes o encontro de Nossa Senhora das Dores e do Bom Jesus, que ocorre sempre na quarta estação. Outro ponto bastante aguardado e emocionante ocorre a partir da sexta estação, onde é entoado o canto de Verônica, que em Valença, é mais conhecido como canto da Maria Beú, por ser quase idêntico a um trecho do título original: “…Dolo Meú…”, que significa a dor que me circunda, em latim, mas, que por costume, soou mais fácil para o povo chamar Beú, ao invés de Meú. Verônica, na bíblia sagrada,  foi a mulher que enxugou o rosto de Jesus durante a via-sacra. Em Valença, o canto da Maria Beú, é interpretado pela cantora católica e produtora cultural Renata Ferreira, que anualmente presenteia o público com a sua belíssima voz, já bastante conhecida nos meios católicos valencianos. Outra característica comum na procissão de passos, é o fato de muitos fieis andarem todo o percurso utilizando vestes roxas, cor litúrgica do período quaresmal, como também, muito fieis participam da procissão com os pés descalços, como cumprimento de promessa por graças alcançadas, remetendo ao momento reflexivo que é a semana santa para os cristão católicos.

Segundo o professor e historiador Antonio José, a tradição da procissão de passos, mantém a “Flor de Passos“, o alecrim Silvestre e um ícone com cenas conforme a estação da via sacra. Em Valença, a época do Cônego Acylino (1879 a 1916), era apenas cinco nichos (estações). Padre Aristeu e Padre José Gomes da Silva, de igual forma. Com a chegada do Padre Raimundo Marques em 1946, ocorreu a ampliação para 14 estações da via-sacra, sendo, posteriormente, acrescida da 15ª estação, onde ocorre a ressureição de Cristo, alterações estas, que atenderam a reivindicações dos devotos de Bom Jesus e Nossa Senhora das Dores.

Este ano, a tradicional procissão de passos começou com uma leve chuva que durou cerca de menos de uma hora, mas, que não desanimou os fieis católicos valencianos, que estavam, em sua maioria protegidos por guarda-chuvas. A procissão percorreu as principais ruas dos do centro, passando, rapidamente, pelo bairro Amando Lima e descendo pela rua Epaminondas Nogueira até a igreja matriz de Nossa Senhora do Ó e Conceição, onde realizou-se a 15ª estação, com a ressurreição de Jesus Cristo e logo após a benção final dada pelo padre Vanderlei Morais. Veja abaixo os principais momentos da procissão de passos de 2025 em Valença do Piauí feitas pelas lentes do Gazeta Imparcial.

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