Desde a redemocratização do Brasil em 1985, as eleições municipais se tornaram cada vez mais dinâmicas por conta de alguns fatos pitorescos e inéditos que aconteceram em algumas eleições e, que, de forma isolada entraram para a história da política. Em Valença, por exemplo, tivemos, entre outros casos inéditos, eleição onde nenhuma mulher foi eleita para a câmara municipal, fato este que ocorreu na eleição do ano 2000, o que, por si só, chamou a atenção pela raridade do fato. Mas, nenhum outro chama mais atenção do que o fato de que, desde 1988, pelo menos um vereador em cada eleição no período mencionado não consegue a sua reeleição. Alguns deles, só conseguem se eleger apenas uma vez por mais que tentem voltar ao parlamento em outra eleição, mas, são engolidos pela figura da porca, um mito no folclore político piauiense dado aos candidatos derrotados.

A este fenômeno costumou-se a dar o nome de bananeira, fazendo alusão a árvore frutífera que, segundo a botânica, só brota apenas uma vez. Os vereadores ditos bananeiras, já fazem parte do folclore político valenciano ha pelo menos oito pleitos consecutivos. A lista é grandiosa e apenas para efeito de informação, só se referem aos parlamentares que se elegeram a primeira vez e não mais conseguiram êxito, portanto, não contempla alguns nomes que não tentaram mais sua reeleição após lograrem êxito nas urnas em suas respectivas estreias.

Desde 1988 até os dias atuais, nada menos do que quinze nomes figuram na história política valenciana. São eles: Luiz Rosa, Eustásio Araújo, Helena Tôrres, Francisco Maciel, Erasmo Rosa, José Gabriel, Jeová Bonfim, Ana Ribalta, Henrique Martins, Lindomar Amâncio, Wilton Nunes e Lucivaldo Monteiro. Nesta eleição de 2024, mais três nomes se somaram ao grupo e também passaram a pertencer ao time dos que só conseguiram se eleger para apenas um mandato eletivo. São eles: Ilana Caetano, Devaldo Nunes e Walmária Moura, que estrearam nas urnas em 2020, mas, em 2024, tiveram sua votações reduzidas ao ponto de não conseguirem suas reeleições.

A eleição para vereador não é fácil em nenhum lugar do Brasil, principalmente em cidades do interior, onde o que prevalece nem sempre é a capacidade que o candidato tem de bem representar a população, mas, outros fatores bem alheios a vontade da coletividade, alguns deles, nada republicanos, visto ao costume que o eleitor e os políticos criaram ao longo do tempo de troca de favores em época de eleição, juntando-se a isso a situação de necessidade de boa parte da população. Diz um ex-vereador que também faz parte da lista acima citada: “Eleição de vereador, não é uma disputa, é sim, um leilão a céu aberto, quem tem mais, leva”. Enfim, cada eleição tem a sua história e cada história tem seus personagens principais, que a cada quatro anos escrevem uma nova página da história política valenciana.

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