O apresentador Silas Freire foi demitido da TV Meio, antiga TV Meio Norte, a pedido do governador Rafael Fonteles. A informação foi dada pelo próprio apresentador em seu portal de notícias encarando.com. Ele acredita que a sua saída é semelhante à do jornalista Pedro Alcântara, demitido da TV Antena 10 em janeiro de 2024, após críticas ao governo de Rafael Fonteles.
Silas Freire comunicou que teve o seu contrato rescindido na última segunda-feira (21/07), onde em um vídeo ele explicou que a sua demissão se deu a pedido do governador Rafael Fonteles (PT). Segundo Silas, após criticar as inúmeras viagens do governador ao exterior, cobrando que fosse garantida água para a população mais pobre do estado, ao invés dos projetos de inteligência artificial, o chefe do executivo estadual teria agido nos bastidores para garantir a sua saída.
Silas ficou cerca de 50 dias afastado, sem poder apresentar o programa policial Ronda Nacional, que detém bons índices de audiência no horário do meio dia. No início, ele estaria negociando uma volta, mas o proprietário da emissora, empresário Paulo Guimarães, informou que ele não iria mais continuar no comando do programa que apresentava. “Não tem água no Piauí e a gente fica falando de inteligência artificial. Me traga uma taça de inteligência artificial para matar a minha sede. Nas suas inúmeras viagens ao exterior, ele não trouxe sequer um caju, imagina uma castanha. As coincidências acabam virando evidências. Eu fui afastado e logo depois fui demitido“, afirmou Silas.
Nao é a primeira vez que Silas deixa a emissora de Paulo Guimarães. Na década de 1990 e nos anos 2000, ele já tinha sido tirado do ar, mas, sempre acabava voltando depois de algum tempo. Silas, já afirmou publicamente em entrevistas que nunca acionou a justiça contra a TV Meio Norte, hoje TV Meio e que tudo entre ele e o empresário Paulo Guimarães sempre se resolvia pela via amigável e sempre dava certo.
A demissão de Silas Freire da televisão reflete o momento obscuro em que vive o Piauí quando o assunto é liberdade de imprensa e liberdade de expressão. Poucos são os jornalistas que tem coragem de criticar o governo do estado e o governo federal. É uma espécie de censura branca imposta pelo esquema que governa o Piauí há mais de 20 anos, hoje liderados pelo governador Rafael Fontelles e estrategicamente criado pelo ex-governador Wellington Dias, líderes maiores do PT no Piauí. Tempos sombrios na imprensa piauiense, tão aguerrida em tempos passados nos períodos mais conturbados da da cena pública e administrativa do estado. Salvo alguns jornalistas independentes que expressam sua combatividade em seus próprios canais digitais, não se ver, ao menos na mídia tradicional nenhum sinal de resistência ao sistema, como se o Piauí vivesse num ”céu de brigadeiro”. Como dizia o saudoso e combativo jornalista Donizetti Adalto: ”Morro e não vejo tudo”.